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Archive for the ‘saúde’ Category

Tem coisas que escrevo aqui que soam como teoria da conspiração, mas eu tento ao menos sempre fornecer dados das fontes (e confesso que por vezes, ainda assim é difícil de acreditar).

Desta vez falarei sobre refrigerantes, aqueles consumidos por 10 entre 10 pessoas no Brasil. Um recente teste realizado pela Associação PRO TESTE mostrou que uma boa parcela de refrigerantes possui uma quantidade de benzeno, substância sabidamente potencializadora de alguns tipos de câncer (conforme tabela abaixo)

Para quem sentiu a falta do Guaraná Antarctica, os dados não foram publicados devido a uma liminar que impediu esta divulgação. Eu acho que quem não deve, não teme, não é?

Além do benzeno, chama a atenção o fato de no Brasil ainda ser permitido o uso de determinados corantes que já foram banidos de outros importantes mercados, como a Europa. É o caso do amarelo-tartrazina e do amarelo-crepúsculo, associados à alergia e hiperatividade em crianças, respectivamente.

Como já citei diversas vezes, sempre prevalece o poder dos grandes conglomerados de alimentos sobre a política. Assim, conseguem que ingredientes mais baratos, mas de qualidade duvidosa ao nosso organismo façam parte de suas fórmulas. O Brasil ainda faz uso da extremamente nociva Gordura Trans, de alimentos de origem transgênica, de corantes, acidulantes, espessantes, conservantes, flavorizantes (um bando de ‘antes’) que em nada contribuem nutricionalmente para nossa saúde. As quantidades de agrotóxicos permitidos nos alimentos são elevadas praticamente sem nenhum conhecimento da população, e as embalagens dificilmente mostram os valores corretos do que existe lá dentro, ou mesmo ocultam perigos graves como o benzeno.

Precisamos levar a sério aquilo que colocamos dentro do nosso organismo e boicotar tudo aquilo que de alguma forma possa fazer mal. O caminho, infelizmente, ainda tropeça naquilo que nos é escondido, mas em oportunidades como esta, fiquemos de olhos abertos.

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Comida S/A

food-incEmbora uma data como a de hoje do “Dia mundial da alimentação” deva passar em branco pra grande maioria das pessoas, eu recomendo que você gaste um tempinho lendo isso.

Assisti ontem um documentário chamado Food, Inc., do diretor Robert Kenner e co-produzido por Eric Schlosser (de Nação Fast Food).

A proposta do documentário vai na linha do que costumo defender por aqui, e começa com uma pergunta: “O
quanto realmente sabemos sobre a comida que compramos nos supermercados e servimos às nossas famílias?”
Com uma intrigante afirmação de que a forma como nos alimentamos mudou mais nos últimos 50 anos que nos anteriores 10.000, o filme mostra como a imagem ‘natural’ que os rótulos pregam escondem por trás uma grande cadeia industrial de linha de produção que busca o superbarateamento dos produtos em detrimento da saúde das pessoas (ao ponto de um hambúrguer custar menos que um brócolis). Estações não existem mais, e todo dia é época de todas as frutas e verduras. De fato, ‘esta indústria não quer que você saiba a verdade sobre o que você está comendo, porque se você soubesse, não iria querer comer mais.’

A forma como os animais são cultivados, alimentados e processados para chegar em embalagens bonitinhas ultrapassa a crueldade com os próprios animais, com os trabalhadores desta área e principalmente com nossa própria saúde. Mais triste ainda é saber que algumas poucas empresas controlam a forma como estas coisas ocorrem e ditam regras aos agricultores e criadores.

Eu quase publiquei aqui uma matéria sobre Michele Obama e seu exemplo de agricultura orgânica na Casa Branca. Fiquei meio chocado ao ver depois uma matéria com uma carta de uma tal de uma associação MACA (leia-se Monsanto, Dow, DuPont e outras gigantes do transgênicos), meio que demarcando território da dita agricultura convencional versus a orgânica.
É evidente que a discussão pode ir muito além se entrarmos em outros produtos químicos utilizados nos alimentos (corantes, adoçantes sintéticos), no açúcar, sódio, gorduras trans, sal, tudo numa quantidade absolutamente desequilibrada para nosso organismo.

Vamos diminuir a quantidade de produtos industrializados e buscar algo mais orgânico, nem que seja um mínimo? Precisamos cobrar cada vez mais de políticos que as empresas rotulem tudo o que contém dentro de uma embalagem, para termos o poder de evitar aquilo que não faz bem.

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O pré-sal está em alta, pois hoje foi oficialmente “lançado” com suas regras e diretrizes gerais. É uma situação bastante complexa que deve ser observada com cuidado pelo seguinte:
O Brasil vive um bem razoável e positivo momento econômico que não consegue ser traduzido em benefícios sociais, mesmo em coisas básicas como saneamento, educação e saúde. Emprestamos dinheiro ao FMI, mas temos ainda, por mais que tenha melhorado, níveis vexatórios de subdesenvolvimento. Resumindo: somos incapazes de fazer o dinheiro se transformar em algo bom para a sociedade, principalmente por questões políticas.
Estamos em 72º lugar no ranking mundial da corrupção, com nota apenas 3,5 de um total de 10. Ou seja, a chance de termos muito dinheiro na mão é acompanhada bem de perto pelo respectivo ralo por onde ele escoa.
Petróleo é uma forma de energia muito valorizada hoje no mercado, porém ultrapassada. Vai na contramão de um mundo sustentável, sem guerras e conflitos. As energias renováveis serão a tônica do mundo daqui pra frente, e as previsões do pré-sal render enormes quantias financeiras ao país são daqui a vários anos, quando a situação ecológica será ainda mais emergencial perante o problema do aquecimento global e da urgência da redução de gases de efeito estufa.
Alguém confia mesmo nos políticos brasileiros de agora ou dos próximos 10 anos, para que haja um rigor de fiscalização sobre o que ocorre? O que dá pra ver neste momento é o governo atual com pressa de lançar, para poder surfar um pouco nos benefícios que possam vir e uma oposição querendo retardar ao máximo e discutir com a sociedade, justamente para não dar tempo do atual governo colher estes resultados e interferir nas eleições. Qual deles está de olho no bem de seus eleitores?

O pré-sal está em alta, pois hoje foi oficialmente “lançado” pelo governo com suas regras e diretrizes gerais. É uma situação bastante complexa que deve ser observada com cuidado pelo seguinte:

O Brasil vive um bem razoável e positivo momento econômico que não consegue ser traduzido em benefícios sociais, mesmo em coisas básicas como saneamento, educação e saúde. Emprestamos dinheiro ao FMI, mas temos ainda, por mais que tenha melhorado, níveis vexatórios de subdesenvolvimento, e nossa distribuição de renda segue como uma das piores. Resumindo: somos incapazes de fazer o dinheiro se transformar em algo bom para a sociedade, principalmente por questões políticas.

Estamos em 72º lugar no ranking mundial da corrupção, com nota apenas 3,5 de um total de 10. Ou seja, a chance de termos muito dinheiro na mão é acompanhada bem de perto pelo respectivo ralo por onde ele escoa.

Petróleo é uma forma de energia muito valorizada hoje no mercado, porém ultrapassada. Vai na contramão de um mundo sustentável, sem guerras e conflitos. As energias renováveis serão a tônica do mundo daqui pra frente, e as previsões do pré-sal render enormes quantias financeiras ao país são daqui a vários anos, quando a situação ecológica será ainda mais emergencial perante o problema do aquecimento global e da urgência da redução de gases de efeito estufa. Vale lembrar que o Brasil possui um dos maiores potenciais do mundo para ser sustentável energeticamente, com biocombustível, energia eólica e solar.

Alguém confia mesmo nos políticos brasileiros de agora ou dos próximos 10 anos, para que haja um rigor de fiscalização sobre o que ocorre? O que dá pra ver neste momento é o governo atual com pressa de lançar, para poder surfar um pouco nos benefícios que possam vir e uma oposição querendo retardar ao máximo e discutir com a sociedade, justamente para não dar tempo do atual governo colher estes resultados e interferir nas eleições.

Qual deles está de olho (mesmo) no bem de seus eleitores?

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A bola de boliche nuclear

licfisc11Eu costumo dizer que ter no país usinas nucleares é como dormir com uma bola de boliche na prateleira que fica na cabeceira da cama. Nunca se sabe com toda a certeza se um dia vai bater um vento, ou ser esbarrada e cair.

Hoje foi noticiado que houve um vazamento “insignificante” que contaminou 3 funcionários em níveis “abaixo das normas reguladoras”. Estranho divulgarem apenas 10 dias depois, não é? Eu quando assisto um jornal e vejo a notícia de uma batida de carro, que hoje já é tratada como insignificante, sempre vejo de batidas que acabaram de acontecer…

Energia nuclear NÃO é solução para nossa matriz energética. O Brasil tem um potencial de renováveis enorme e pode muito bem viver sem esta indústria obsoleta, perigosa, instável, com potencial de geração de conflitos e cheia de obscuridades.

Será que um dia alguém vai me explicar porque o órgão que fiscaliza o uso de energia nuclear no país é o mesmo que o regulamenta?

Em tempo, lembrei só de outra comparação cabível (e que eu não conseguiria deixar de colocar): se uma maternidade te dissesse que você pode ficar tranquilo em usar os serviços pois eles deixam apenas um bebê cair no chão a cada um milhão que nasce, você usaria os serviços desta maternidade?

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Será que algum deles é requeijão mesmo? Pior que usam "original" e "tradicional" pra confundir um pouco mais.

Será que algum deles é requeijão mesmo? Pior que usam "original" e "tradicional" pra confundir um pouco mais.

Não é de hoje que os requeijões mudam, se transformam, aparecem, desaparecem, reaparecem e se relançam. Tanto movimento tem a ver com a lambança nas fórmulas e no que as marcas são obrigadas a rotular.
Hoje em dia, a grande maioria do que pensamos ser requeijão, simplesmente não é. A base do requeijão é o leite, conforme a definição da ANVISA. Esta página ainda mostra uma série de outras informações interessantes a respeito.

As tais “especialidades lácteas”, “cremosos” e outros nomes disfarçados de requeijão utilizam em geral a gordura vegetal e amido na sua base, e infelizmente prevalecem nas prateleiras dos supermercados. Muitas marcas estão usando colocando em letras miúdas a presença do amido. É muito fácil entender o porquê: é muito mais barato um produto com amido e gordura vegetal e rende milhares e milhares de reais nas unidades que são vendidas em massa em supermercados (claro, camuflados nas gôndolas com os poucos requeijões que ainda devem haver).
O Ministério da Agricultura foi pressionado pelas indústrias para que pudesse ser usado o termo “Requeijão com amido”, e lamentavelmente este possui grande quantidade da nociva gordura trans, segundo o comentário de Marcelo Leitão, técnico em leite e derivados, nesta página. Ou seja, o produto fica mais barato pra vender mais e dane-se a nossa saúde.

Pra piorar um pouco a situação, atualmente se vê nas gôndolas 3 diferentes tamanhos de porção: 200g, 220g e 250g. Estabelecer o melhor custo benefício entre qual foi feito a partir do leite e ainda tem o menor preço por grama é uma tarefa bem improvável.

Então se o que você quer é requeijão de verdade, com leite e sem gorduras trans, olho no rótulo e evite todos que possuem amido e gordura vegetal nos ingredientes.

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Será que tudo começou assim?

É triste a banalização dos fatos, pois tira a sensibilidade das pessoas quanto a um problema. Tudo o que se fala na mídia nestes dias tem que ter a gripe suína ou ‘gripe A’, para dar uma turbinada no telejornal. Um escandaloso sensacionalismo que – guardada a importância real de um fato de risco iminente – virou farofa: gente usando máscara antes de ter sequer um único caso registrado (até a Suzana Vieira apareceu de máscara).

Os repórteres parecem desejar demais que apareça um primeiro caso por aqui. Ficam rodeando essa meia dúzia de gato pingado com suspeita e não olham em torno do pescoço.

Será que ninguém se lembra mais da dengue? Que existem milhares de pessoas morrendo e centenas de milhares sendo contaminadas em todo o país? São mais de sete mil casos por semana registrados. Não estaria na hora de demandar um esforço maior para algo real e que… er… já está aí em toda a parte, há vários anos?

Algumas fotos do pânico da gripe suína:

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Esta pérola já está completando 10 anos, mas sempre é bom saber como são as coisas.

A Monsanto, empresa líder mundial no desenvolvimento de sementes geneticamente modificadas (que surpreendentemente funcionam exatamente com o pesticida que eles mesmos fabricam e que é extremamente prejudicial à saúde humana), em uma de suas cantinas na sede em High Wycombe, Inglaterra, recomendou o consumo de comida sem modificação genética, em detrimento da que eles mesmos geram.

Aqui, o texto em uma tradução livre minha:

“Em resposta às solicitações de nossos clientes… decidimos remover, o quanto antes, soja e milho geneticamente modificados de todos os produtos alimentícios servidos em nosso restaurante… Tomamos esta medida para assegurar que você, nosso cliente, sinta-se seguro com a comida que servimos.”

Este link acerca da alimentação da família Obama, Twittado pelo grande Escriba, dá uma luz no fim do túnel. No texto, escancara-se que ‘na última década tivemos um crescimento expressivo de problemas decorrentes das mudanças alimentares, como alergias, diabetes, autismo, infertilidade, disnfunções gastro-intestinais e problemas de aprendizado. A mais perigosa transformação, de todas as mudanças que houveram na comida, foi a introdução de sementes geneticamente modificadas.’

‘Se a equipe de Obama é séria quanto à segurança alimentar e à saúde pública, eles devem retirar os alimentos transgênicos de nossos pratos e colocá-los de volta aos laboratórios.’

Ambos os links estão em inglês, prometo traduzir um pouco mais na próxima vez.

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Eu estranhei que o bombom Sonho de Valsa (da Kraft Foods que comprou a Lacta) não trazia em sua embalagem as informações nutricionais que são obrigatórias. É assim há muito tempo, mas nunca tinha parado pra pensar a razão disso. Daí lembrei de uma época que queria ver as calorias de um chocolate (não que eu precisasse) e tinha uma instrução para ler as informações nutricionais no site da Kraft, com o endereço. Isto depois mudou, os chocolates voltaram a ter a tabela nutricional, possivelmente deve ter violado alguma lei e tiveram que voltar atrás. Voltando ao bombom: eu resolvi entrar no site e perguntar pelo “Fale Conosco” a razão dessa ausência. Alguns dias depois, recebi este simpático e-mail:

Olá Savio,

Antes de mais nada agradecemos seu contato. É muito bom atendê-lo.

Por determinação dos Órgãos competentes (M. da Agricultura e Saúde),
as embalagens com dimensões menores de 100 cm², não tem a
obrigatoriedade de trazer a tabela nutricional impressa.

Segue abaixo a Tabela Nutricional do bombom Sonho de Valsa:
Informação Nutricional
Porção de: 21,5g (1 unidade)
                                     Quantidade por porção   *VD%

 Valor Energético      113 kcal = 471 kJ                      6 
 Carboidratos                      13g                        4 
  dos quais açúcares               10g                        ** 
 Proteínas                         1,3                         2 
 Gorduras totais                    6,2g                      11
 Gorduras saturadas                3,2g                       15 
 Gorduras trans                     0g                        ** 
 Fibra alimentar                    0g                        0 
 Sódio                             36mg                       2

(*) % Valores Diários de Referência com base em uma dieta de 2.000
kcal ou 8400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores,
dependendo de suas necessidades energéticas.
(**) Valores Diários de Referência não estabelecidos. 

Desejando outras informações, entre em contato conosco.

0800-7041940 (ligação gratuita)

Um abraço,

Sak - Serviço de Atendimento Kraft

O fato é que eu de imediato pensei, “poxa, que coisa, estão respaldados pela lei e tudo mais, ponto pra eles”.

Daí me ocorreu uma coisa meio óbvia: 100cm² deveriam dar numa embalagem de 10cm por 10cm, e fiquei cismado que poderia ser maior.

Bem, resultado é que hoje, uns meses depois disso, eu tive a coincidência de comer um Sonho de Valsa e ter uma régua por perto. A embalagem possui as dimensões 12,5cm por 13,5cm, o que dá um total de 168,75cm². Bem acima, portanto do limite estabelecido.

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E agora? Vou mandar um e-mail de volta explicando isso e prometo publicar aqui as cenas dos próximos capítulos.

PS: nada contra o bombom em si, tanto que eu o consumo, embora minha preferência descarada é o Serenata de Amor, da Garoto, que é com castanha de caju e não com amendoim.

UPDATE em 17/11/2008:

Dois fatos que soube depois de publicar isto (enquanto ainda aguardo o e-mail da Kraft):

1) Meu amigo Dalton atentou que a legislação da ANVISA usa a expressão “superfície visível para rotulagem”, o que pode de alguma forma pesar na possibilidade da área a ser considerada ser realmente menor que 100cm² (e não calculada pelos meus rudimentares conhecimentos de base vezes altura, mas algo como 4πR² somado à área da barbatana do embrulho que é feito, um tanto subjetivo).

2) Consumi ontem um Serenata de Amor, mas sem uma régua por perto. Dá a impressão de ser um pouco menor, mas também acima das medidas. Entretanto, as informações nutricionais estão todas lá, em minúsculas, porém legíveis letras. Ou seja… é mais uma questão de boa vontade e manter as pessoas informadas do que de cumprir a lei, não é?

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Eu já falei por diversas vezes em aspectos econômicos que movem  a roda da economia mundial. Essa mesma que atravessa uma crise e já escoou pelo ralo alguns trilhões e fez aparecer magicamente alguns outros… para salvar os bancos e não as pessoas. Pois se fazer o mal e deixar morrer de fome cerca de 24.000 pessoas por dia (18.000 destas, crianças de até 1 ano de idade) não causa crise de consciência nem afeta aquela turminha que falei que cabe numa sala de reunião, o que falar do aquecimento global?

Pra mim, é a prova concreta de que a estreiteza de visão do todo não deixa sequer pensarem nos filhos e netos deles. Em verdade, nem eles mesmos em vida deixarão de sentir o que estão fazendo com o planeta. Apesar de constantes alertas em letras garrafais que o Painel intercontinental sobre mudanças climáticas (IPCC) formado por milhares de cientistas renomados em todo o mundo fazem acerca da necessidade de dimunuirmos JÁ a emissão de CO2, o movimento tem sido o contrário. São “crescimentoholics”, que não entenderam que os padrões atuais de crescimento demandariam alguns planetas Terra a mais, mas que só temos fragmentos de um disponível no estoque. E vivemos nele.

Neste ritmo, 45% das espécies vegetais amazônicas serão extintas até o final do século. Vale lembrar que lá existe um grande percentual de todas as espécies vegetais do planeta. Nossa agricultura, que hoje bate recordes atrás de recordes em colheitas, irá sucumbir em menos de 50 anos. No mundo já podemos sentir sintomas piores, com o Ártico se derretendo a uma velocidade espantosa e a elevação dos níveis dos oceanos começarem a dar seus primeiros sinais. É cedo pra relacionar que o aumento de fenômenos naturais como furacões tenham uma relação direta, mas… você colocaria a mão no fogo?
Pense em você mesmo com febre… Quantos graus a mais te fariam se sentir mal? O planeta, neste ritmo estará com 4 graus a mais até o fim do século, uma febre de 41,5 graus, cujo antitérmico demorará demais para fazer efeito se não começar a ser aplicado agora.
O plano do candidato americano Obama de injetar 15 bilhões em energias renováveis é um aceno tímido perto da necessidade real, mas é o único e é mesmo o sinal da mudança.
No Brasil, quarto maior emissor do planeta, o problema é o desmatamento da Amazônia, que sozinho responde com mais de 70% de nossas emissões. Rá, achamos quem vai acabar com nossa agricultura: mas não são os próprios agricultores?
A solução é dolorosa, pois vai contra a cultura implementada no mundo há muito tempo. Hora de pensar em sustentabilidade de uma forma séria, hora de pensar um pouco mais no outro do que já eventualmente pensamos, hora de cobrar da política e da educação uma mudança real na forma de se pensar. Não duvide, isso tudo ainda é possível, e o conhecimento é o menor caminho.

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Fato 1 – O Greenpeace lutou muito e obteve de forma suada uma importante conquista no começo deste ano, em exigir que fosse cumprida a lei que obriga os fabricantes de produtos contendo ingredientes de origem transgênica (geneticamente modificados) a rotularem os produtos com uma marcação, de forma que o consumidor soubesse aquilo que estava comprando e consumindo. Foram necessárias diversas manifestações públicas durante anos para que as autoridades enfim percebessem que se a lei existe, é porque havia uma razão para isso. Ainda assim, apenas uma ou duas marcas que foram obrigadas pela justiça a cumprir a lei, mas dezenas de outras estão ainda por aí sem que se identifique a presença de transgênicos.
Fato 2 – A ANVISA divulgou (vi uma matéria no Bom Dia Brasil de hoje) algo que é de uma gravidade enorme: ao fazer uma operação de medição nos níveis de gorduras trans e outras substâncias em diversos produtos das marcas mais conhecidas e consumidas, constatou que cerca de 40% declaram um nível bem diferente do que o rótulo diz.

Ou seja, NÃO PODEMOS MAIS ACREDITAR NO QUE AS EMBALAGENS AFIRMAM CONTER. Ou refraseando: AINDA QUE SE CUMPRA A LEI COM MUITO CUSTO, ELA NÃO ESTÁ SENDO CUMPRIDA DE ACORDO.
A indústria alimentícia tem dado amostras, já há bastante tempo, que o que vale é conseguir reduzir a quantidade de ingredientes mais caros, ganhando frações de centavos que resultam em muito dinheiro em larga escala de vendas. Para isso, não importa se usam a gordura trans, que sabidamente causa a morte de milhares de pessoas todos os anos ou produtos transgênicos, onde somos cobaias de variedades de milho e soja que sabidamente fazem mal e foram banidas em diversos países. Se a legislação do país permite, simplesmente adotam e pronto, que se dane a nossa saúde. Praticamente tudo o que se vê no mercado está em constante alteração de ingredientes com este objetivo. As quantidades das embalagens também são alvo de sucessivas alterações, que dificultam muito o consumidor de poder comparar que produto realmente custa mais que outro. Isto ao mesmo tempo ilude que estamos comprando um alimento sempre com o mesmo preço, livre de inflação, mas por outro lado temos que comprar mais vezes e silenciosamente não percebemos. Alguns chocolates, por exemplo, eram padronizados em 200g. Hoje existem embalagens com 180g, 170g e 160g. Os diâmetros dos biscoitos estão nitidamente menores. Enfim, exemplos aqui é o que mais vai existir e todos nós que vamos ao supermercado sabemos disso.

Em outros países, por vezes os consumidores organizam boicotes com sucesso, mas não parece ser algo fácil de se organizar num país de dimensões como o Brasil, mesmo porque a ANVISA sequer divulgou quais são estes produtos. A saída é parodiar o General Jorge Armando Félix no recente caso da CPI dos grampos, “Tecnologia antigrampo zero trans, a única efetivamente eficaz, seria não abrir a boca”.

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